domingo, 7 de novembro de 2010

O ateu

Um ateu passeava num bosque, admirando tudo o que aquele “acidente da evolução” havia criado.
- Mas que árvores majestosas! Que poderosos rios! Que belos animais!"
À medida que caminhava, ao longo do rio, ouvia um ruído nos arbustos atrás de si. Virou-se para olhar e foi, então, que viu um corpulento urso-pardo caminhando na sua direcção. Logo desatou a correr o mais rápido que podia.
Olhou, por cima do ombro e reparou que o urso estava demasiado próximo.
Aumentou a velocidade! Era tanto o seu medo que as lágrimas lhe vieram aos olhos. Foi então que tropeçou e caiu desamparado.
Rolou no chão rapidamente e tentou levantar-se. Só que o urso já estava sobre si, procurando agarrá-lo com a sua forte pata esquerda e, com a outra pata, tentando agredi-lo ferozmente.
Nesse preciso momento, o ateu gritou:
- Oh meu Deus!
Então o tempo parou. O urso ficou sem reação. O bosque mergulhou em silêncio. Até o rio parou de correr. Então uma luz brilhante surgiu entre as árvores e uma Voz vinda do céu disse:
- Tu que negaste a Minha existência durante todos estes anos, que ensinaste a outros que Eu não existia e reduziste a criação a um “acidente cósmico” esperas que Eu te ajude a sair deste apuro? Devo eu esperar que tenhas fé em Mim?
O ateu olhou directamente para a luz e disse:
- Seria, de facto, hipócrita da minha parte, pedir-Te que, de repente, me passes a tratar como um cristão! Mas talvez possas tornar o urso cristão!
- Muito bem – acedeu a Voz. A luz brilhante que permanecera entre as árvores, desapareceu. O rio voltou a correr e os sons da floresta voltaram a ouvir-se.
Então, o urso recolheu as patas, fez uma pausa, baixou a cabeça e falou:
- Senhor, abençoe este alimento que agora vou comer. Ámen.

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