Em 2009, a Segurança Social e a Caixa Geral de Aposentações (que paga as reformas dos funcionários públicos) gastaram mais 1,1 mil milhões de euros com o pagamento de pensões de aposentação aos portugueses face a 2008.
Num ano em que o País ficou mais pobre, o esforço para pagamento de reformas aumentou a um ritmo superior a 3 milhões de euros por dia. A tendência é de aumento da despesa nos próximos anos, graças ao envelhecimento da população e ao facto de a Segurança Social servir de almofada na crise e muitas pessoas com descontos suficientes entrarem na reforma antecipada, apesar das penalizações, para fugir a uma situação de desemprego.
O agravamento das despesas da reforma e os compromissos assumidos pelo Estado – quer directamente com os seus funcionários quer indirectamente, através da Segurança Social – são uma dívida para o futuro que aumentará a pressão sobre as suas frágeis contas. Por isso, não há alternativas ao esforço de equilíbrio das contas públicas, porque, a continuarem os défices excessivos nos próximos anos, a dívida pública chegará a 120% do PIB em 2013. Com os juros tendencialmente mais elevados e um prémio de risco para Portugal mais caro, o Estado arrisca-se em poucos anos a não ter dinheiro para honrar todos os seus compromissos.
Armando Esteves Pereira, Director-Adjunto in CM de 22/1/2010
Num ano em que o País ficou mais pobre, o esforço para pagamento de reformas aumentou a um ritmo superior a 3 milhões de euros por dia. A tendência é de aumento da despesa nos próximos anos, graças ao envelhecimento da população e ao facto de a Segurança Social servir de almofada na crise e muitas pessoas com descontos suficientes entrarem na reforma antecipada, apesar das penalizações, para fugir a uma situação de desemprego.
O agravamento das despesas da reforma e os compromissos assumidos pelo Estado – quer directamente com os seus funcionários quer indirectamente, através da Segurança Social – são uma dívida para o futuro que aumentará a pressão sobre as suas frágeis contas. Por isso, não há alternativas ao esforço de equilíbrio das contas públicas, porque, a continuarem os défices excessivos nos próximos anos, a dívida pública chegará a 120% do PIB em 2013. Com os juros tendencialmente mais elevados e um prémio de risco para Portugal mais caro, o Estado arrisca-se em poucos anos a não ter dinheiro para honrar todos os seus compromissos.
Armando Esteves Pereira, Director-Adjunto in CM de 22/1/2010
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Esta notícia merece um comentário. A forma como se apresenta dá a ideia que os reformados (sobretudo os da Administração Pública, que passaram a esta condição legalmente, ainda que com penalizações) são um peso para a sociedade. Todos eles, no entanto, trabalharam dezenas de anos (mais de trinta, na esmagadora maioria dos casos) e fizeram os descontos que lhes impuseram no início da carreira. Muitas das regras foram alteradas nestes últimos anos e os aposentados sofreram na pele as consequências dessas alterações, que em nada os beneficiaram. Muitos viram defraudadas as expectativas de se reformarem com menos de sessenta e cinco anos e, portanto, ainda a tempo de fazerem alguma coisa que o horário de trabalho os impedia de fazerem. Viajar, dedicar mais tempo à família, a actividades de índole cultural, etc. Para muitos a falta de estímulo que se instalou entre os funcionários públicos, com o aparecimento de pequenos poderes que se foram instalando e destruindo o clima de incentivo à prossecução dos objectivos que cada um tinha em vista. transformou-se na avidez pela saída do sistema fosse a que preço fosse. Preocupados com o rumo dos acontecimentos, mas sem capacidade para aguentar injustiças evidentes que foram surgindo. Promoções congeladas, avaliações sujeitas a "numerus clausus", enfim um sem número de atitudes desgastantes para quem "deu o litro" ao logo de décadas. Causa surpresa tantos pedidos de reforma? Só a quem for inocente.
As reformas são para muitos douradas. É um número razoável que tem de reforma valores consideráveis. Os que se dedicaram à política estão como querem. Reformas acumuladas com outros poleiros. Eram estes casos que deveriam ser referidos até à exaustão nas páginas dos jornais. Mas não, as causas de todos males são as reformas todas, incluindo as mínimas, que atiram Portugal para o caos. O saque e a delapidação do património passa quase incólume e quando é badalado é por pouco tempo. Percebo porquê.
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